quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PARA MINISTRO DO TST ASSESSOR DE IMPRENSA DEVE TER CARGA HORÁRIA DE JORNALISTA

O ministro Emmanoel Pereira, do TST- Tribunal Superior do Trabalho, deu ganho de causa a uma jornalista empregada pela Fenacam - Federação Interestadual dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens que pedia para ser enquadrada na função de jornalista, apesar de ser registrada como assessora de comunicação.
Ela contou que foi contratada e desempenhava as funções de jornalista:  escrevia matérias para o site da federação, selecionava notícias do setor de transportes para divulgar no site, elaborava um jornalzinho, fazia o contato entre a imprensa e a presidência da instituição. 
Como explicou o relator, o jornalismo também pode ser exercido por empresas não jornalísticas que necessitam de divulgação interna e externa de notícias de seu interesse.

Independentemente da atividade preponderante da empresa, se comprovada a condição de jornalista da empregada, como na hipótese dos autos, ela tem direito à jornada reduzida de cinco horas, conforme os artigos 302 e 303 da CLT, afirmou o relator. 


A jurisprudência dessa Corte tem se posicionado que o jornalista, mesmo trabalhando em empresa não jornalística, tem direito à jornada reduzida prevista no artigo 303 da CLT, pois o que norteia as obrigações é a atividade desenvolvida pelo profissional, sendo irrelevante o ramo da empresa”, diz o acórdão do TST.  


Esta decisão é de sua importância para a categoria. Há uma grande quantidade de empresas e de instituições, inclusive públicas, que não reconhece a função de assessor de imprensa como o que propõe a Fenaj. 

Eles contratam o profissional esperando que desempenhem as funções de um jornalista, mas no contrato colocam outra denominação: Técnico de Comunicação, Gestor de Comunicação, Assessor ou Analista. 

Inclusive os editais de concursos públicos de empresas públicas de direito privado - aquelas que contratam por concurso, mas via CLT-Consolidação das Leis Trabalhistas como Aneel, Correios, Infraero, Transpetro e Incra usam desse artifício. Eles chegam a descrever as funções incluindo atividades de relações públicas, publicidade e marketing. Querem um profissional 'bombril' da comunicação para não precisar contratar uma equipe.

Com esta decisão da 5ª Turma do TST os jornalistas que trabalharem nas assessorias de imprensa de qualquer organização terão mais respaldo legal para alcançar seus direitos garantidos na CLT como aos colegas que atuam em empresas de comunicação(tevê, rádio, jornal, site) 


A matéria completa você pode ler aqui: 



terça-feira, 22 de novembro de 2011

COMO A INTERNET MUDOU A ROTINA DO REPÓRTER NO JORNAL

A maneira como o jornalista diariamente busca e redige os fatos sofreu uma série de mudanças com a chegada da internet. Alguns colegas do tempo da máquina de datilografia conseguiram se inserir na era digital com cursos de microinformática. Outros resistiram e foram aos poucos, substituídos, apesar de todo o cabedal de conhecimento e experiências adquiridos com anos de profissão.

Mas, quais foram os impactos que a nova tecnologia digital trouxe às redações no fazer diário do jornal?

Primeiro, impactou na busca da notícia. Talvez esse tenha sido o principal impacto que a internet causou nas redações. Antes, o repórter tinha que ir atrás da notícia, onde ela estivesse acontecendo. No máximo contava com o telefone para confirmar a entrevista ou acrescentar dados e informações.

 Hoje, ele busca os dados na rede mundial de computadores. Ali pesquisa a fonte, notícias anteriores sobre o assunto e assim, se prepara melhor para a entrevista e não corre o risco de repetir alguma pergunta já feita anteriormente por outro colega ou outro periódico. Muitas vezes, não precisa sequer sair da redação, valendo-se do telefone da fonte, se possível, celular, para complementar ou obter informação.

Também pode realizar a entrevista utilizando-se de e-mail ou de contato por meio das redes sociais como a plataforma do Formsprings em que se faz uma pergunta e o outro responde e o Intervue, uma mistura de Youtube com YahooResposta em que as pessoas respondem uma pergunta por meio de um a webcam. Outras, como o Facebook ou Linkedin permitem conversas em reservado, assim como o Messenger.

Segundo, a internet impacta na interpretação dos fatos e na confecção de reportagem pois possibilita que o jornalista tenha uma série de informações a seu dispor podendo comparar fatos, analisar dados, pesquisar o perfil do entrevistado, enfim, a poucos toques e algumas janelas, tem a seu dispor dicionário, tradutor, biblioteca, enciclopédia.

 Terceiro, impacta no relacionamento com as fontes. Antes, o relacionamento era mais intimista, face a face, olho no olho. Permitia detectar, inclusive, a sinceridade e a hipocrisia do entrevistado, se o repórter fosse sagaz ou já conhecesse bem a fonte. Hoje, se abdicar desse contato explorando e pesquisando pela web tem, com certeza, muito mais informações e dados, porém, interpretados e editados conforme o site em que estiver inserida.

Se o sítio da web pesquisado for da organização em que a fonte atua terá filtro institucional ou ângulo mercadológico, para citar dois tipos de ideologia que o repórter vai encontrar. A internet pode auxiliar na busca diária da informação mas não pode substituir o contato com a fonte, sob pena de alterar o produto final, a notícia.

Assim, o relacionamento com a fonte sofreu mudanças com a otimização do tempo da entrevista, visto que o repórter já chega ao local com uma pesquisa sobre a pessoa e a instituição, porém, não tornou o contato pessoal obsoleto. Exceção para o uso de webcam ou vídeo-conferência que poderá substituir, em casos extremos, a entrevista cara-a-cara.

O uso das novas tecnologias e da internet impactou o modo de se fazer jornalismo otimizando as redações e o tempo entre a apuração dos fatos e a confecção da notícia. O que não alterou foi o relacionamento que continua a ser entre pessoas. Mesmo tendo suportes tecnológicos para mediar a conversação, o diálogo, a entrevista continuam a ser determinantes para os rumos que o texto jornalístico tomará.

A máquina e suas possibilidades técnicas tornam possíveis análises e pesquisas, mas não fazem o sangue do repórter ferver diante de uma boa pauta.

Definitivamente, a frieza do contato intermediado pelo computador e pela web não possibilita a emoção e a motivação que um bom jornalista tem durante a apuração de um fato e a redação da matéria.


PARA CITAR ESTE ARTIGO:

ALCANTARA, Quézia. “Como a Internet mudou a rotina do repórter no jornal”.http://rede-e-comunicacao.blogspot.com/2011/11/como-internet-mudou-rotina-do-reporter.html