O QUE FAZEM O JORNALISTA, O RELAÇÕES PÚBLICAS E O PUBLICITÁRIO QUE ATUAM EM ORGANIZAÇÕES
No Brasil a tarefa de interagir com a mídia na divulgação de uma empresa tem sido atribuída ao jornalista. O imaginário coletivo vê esse profissional, enquanto assessor de imprensa, como o elo entre a organização e a mídia. Primeiro pela experiência que tem da redação e com isso um tipo de know-how – conhece o processo de produção da notícia, tem uma rede de relacionamento que vai de fontes em diversos setores da sociedade aos colegas que atuam nos veículos de comunicação, enfim, sabem quem é quem, quem faz o que na redação. Isso facilita seu acesso à publicação de materiais da empresa que assessora e geração de mídia espontânea.
O que precisa ser dito é que em
uma empresa a mídia é um dos públicos e não o único que se relaciona com a
organização. A lista de ‘stakeholders’ traduzido pelos estudiosos naquelas
pessoas e instituições interessadas em determinado negócio e que têm com ele
algum tipo de ligação ou de transação comercial: consumidores, fornecedores,
público interno, outras empresas, parceiros, associações, imprensa e sociedade
em geral.
Já é de consenso de vários
autores como Duarte, Koplin e Ferrarreto que uma assessoria não pode prescindir
de uma equipe de profissionais da área de comunicação tais como: jornalista,
relações públicas, publicitário e gestor de marketing, para citar os principais.
Esses autores defendem que a
assessoria de comunicação abarca a assessoria de imprensa, o escritório de RP,
o birô de PB que pode ou não ser responsável também pelo marketing. Podem
trabalhar em um só ambiente subdividido ou em ambientes próprios, mas
interligados pelo organograma e pelos projetos a serem executados.
Esse fluxograma por atribuição ou
por projetos serão definidos conforme a empresa, sua área de atuação no
mercado, seus objetivos, seu tamanho e etc. Detalhes que não podem ser empecilhos
para a atuação compartilhada dos vários profissionais da comunicação, ou para a
gestão integrada conforme defende Kunsch.
Na realidade há uma interface do
jornalista com o relações públicas na administração da imagem corporativa e na
formação da visibilidade pública tanto do público externo como interno. Há grande
interface entre o publicitário e a área comercial nas campanhas e propagandas
de produtos e serviços. Ao jornalista cabe contribuir na clipagem e
monitoramento da empresa, sua marca, seus produtos veiculados na mídia. À área
de marketing, o jornalista poderá se valer dos objetivos de responsabilidade
social e ambiental propostos em suas ações – temas de grande interesse na
grande imprensa – para obter mídia espontânea.
A criação de um planejamento
estratégico da comunicação de uma empresa, porém, exige que todos os
profissionais estejam engajados. Cada um possui especificidades que precisam
ser respeitadas e acatadas pelos outros comunicadores. Exatamente, todos,
afinal, são comunicadores. Estão na empresa para divulgar, seja a marca, o
produto ou a imagem, cada um respeitando os limites éticos e técnicos de sua
profissão e dos produtos que venham a criar ali para obtenção de seus
objetivos.
A gestão ou liderança da equipe
pode caber a qualquer um desses profissionais desde que tenha uma visão ampla
do processo e conheça as atribuições e competências de cada uma dessas
profissões. E, sobretudo que tenha a habilidade e sensibilidade para o trabalho
em equipe e em parcerias, afinal a comunicação organizacional é uma construção
coletiva em que cada um contribui de forma diferenciada, mas em união em prol
da promoção da visibilidade pública do assessorado.
Para citar este artigo:
ALCANTARA, Quézia.As Interfaces dos profissionais de uma assessoria de comunicação.http://rede-e-comunicacao.blogspot.com