quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SENADO APROVA DIPLOMA PARA JORNALISTA

É com esperança que recebemos a notícia da aprovação no Senado da PEC que regulamenta a profissão de jornalista e determina a necessidade de um diploma universitário para o exercício da profissão. (ler o que a Fenaj publicou sobre o assunto)

Interessante a inclusão no projeto de que a medida não vai afetar os chamados colaboradores, pessoas com saber técnico e científico que escrevem artigos, crônicas e editoriais. Este era um dos argumentos que empresários da comunicação e até mesmo ministros usavam nas entrevistas que deram para justificar a retirada da obrigatoriedade do diploma. 

Como exemplo do que falou a representante da Sertesp-Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo, Tais Gasparian, no processo. Ela questionou qual o consumidor de notícias que não gostaria de receber informações médicas, por exemplo, de um profissional formado na área e não de um com formação em comunicação. 

Quanta desinformação... O texto jornalístico se difere em muito do texto editorial ou de um artigo assinado. Enquanto o jornalista redige de acordo com uma técnica jornalística, como a pirâmide invertida cujo lead precisa responder às perguntas básicas (que - quem - quando - onde - como e por quê), o texto opinativo segue regras de uma dissertação.

Os dois tipos de textos podem se assemelhar em alguns pontos como por exemplo o uso de verbos na da 3ª pessoa do singular, a linguagem referencial, o distanciamento de quem escreve do fato - ele é testemunha, mas não se inclui. Esta condição, no entanto, não é obrigatória no texto opinativo, mas o é no texto jornalístico.

Essa técnica é ensinada aos profissionais durante o curso de Jornalismo. Além da notícia propriamente dita, o estudante de jornalismo aprende também a fazer uma reportagem - que é uma matéria mais elaborada, em que se ouve muitas fontes, e também tem espaço para a interpretação. 

Escrever pode ser um ato literário o que se aproxima muito mais da área artística. O autor pode viajar, fazer reflexões, se incluir no texto, enfim, tem toda a liberdade para expressar, especialmente, seus sentimentos e desejos. 

O ato de escrever para jornal é bastante diferente do ato literário e libertário de um escritor. O jornalista pode ser um escritor também, especialmente quando seu texto se enquadra no jornalismo literário, quando faz matéria de perfil, com temas mais humanizados.

As matérias que compõem as editorias diárias, no entanto, são escritas conforme técnicas de redação próprias e este exercício começa nos bancos da faculdade de jornalismo, onde o elementar é ensinado aos futuros jornalistas. 

Já na redação, ele vai adquirindo a chamada 'embocadura', ou experiência, feeling, expertise, como queiram chamar.